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Mona Hatoum

Nos anos 1990, seu trabalho foi gradualmente se deslocando para o campo tridimensional, com esculturas e instalações de grande escala. Objetos cotidianos dominam essas obras: itens como cadeiras, camas e utensílios domésticos, quando modificados ou ampliados, representam uma realidade familiar que reflete um mundo suspeito, insidioso e hostil. Esses trabalhos parecem vulneráveis e desconcertantes, e não deixam espaço para qualquer significado fixo. O que é familiar deixa de sê-lo, e o esperado é substituído por novas associações visuais e conceituais. A artista delineia, assim, uma linguagem flexível que lhe é própria, na qual vários níveis — formal, conceitual e político — interagem consistentemente. Com curadoria de Chiara Bertola, coordenação curatorial de José Augusto Ribeiro e Natasha Barzaghi Geenen, os 30 trabalhos selecionados para a exposição, primeira individual de Mona Hatoum em um museu da América Latina, apresentam um recorte das obras da artista a partir dos anos 1980. Trata-se de uma visão ampla de sua produção, desde suas primeiras experiências em performance até a instalação inédita desenvolvida especialmente para esta exposição. Para a realização desta mostra, Hatoum ficou cinco semanas em São Paulo preparando cinco novos projetos especialmente para exposição. Apresentada em três grandes salas os destaques da exposição são: o vídeo Measures of Distance (1988); Paravent (2008), uma escultura de aço que representa um ralador agigantado; a instalação Sonhando Acordado (2014), realizada em colaboração com a Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração – ACTC. A obra é formada por fronhas de travesseiros e nelas mães de crianças que sofrem de problemas cardíacos escreveram e desenharam seus sonhos e desejos; Drowning Sorrows (cachaça) (2014), uma composição com garrafas de aguardente cortadas sobre o chão; Janela é a projeção em circuito fechado de imagens e sons captados ao vivo da praça em frente da Estação Pinacoteca, no Largo General Osório, Misbah (2006-2007) uma luminária com formas de soldados recortadas, cuja projeção das sombras ficam em rotação como uma lanterna mágica e Over My Dead Body (1988 – 2002), painel que traz o rosto da artista, de perfil, com um soldadinho de brinquedo sobre seu nariz.

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