Tarsila do Amaral
(1886 - 1937)
Tarsila do Amaral (Capivari, São Paulo, 1886 – São Paulo, São Paulo, 1973). Pintora e desenhista. Influenciada por vanguardas europeias, especialmente pelo cubismo, cria um estilo próprio, explorando formas, temáticas e cores na busca por uma pintura de caráter tipicamente brasileiro. Faz uma pintura de inspiração cubista, porém, interessa-se cada vez mais pela figuração tipicamente brasileira, como se observa em A Negra (1923) e A Caipirinha (1923). Ambos representam um ponto importante da obra de Tarsila: o caráter popular, que se apresenta tanto nas figuras e paisagens que protagonizam os quadros da artista (negros, índios, fazenda, favela, plantas e animais) quanto na paleta de cores explorada por ela, consideradas cores “feias” ou de mau gosto (“azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante”, como chama a própria Tarsila). A abordagem geométrica da iconografia brasileira origina a pintura Pau-Brasil (1924). O crítico de arte Sérgio Milliet (1898-1966) descreve os trabalhos dessa época como “a captação sintética de uma realidade brasileira sentimental e ingênua, de que haviam se envergonhado antes os artistas do nosso país”. A partir de 1933, seu trabalho passa a ter uma aparência mais realista. Influenciada pela mobilização socialista, pinta, no mesmo ano, quadros como Operários e 2ª Classe, que apresentam uma preocupação com as mazelas sociais. O retorno a temas nacionais anima Tarsila a pintar dois murais de forte sentido patriótico: Procissão do Santíssimo (1954), encomendado para as comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo, e O Batizado de Macunaíma (1956), para a Editora Martins. Tarsila do Amaral figura como um grande nome da pintura no cenário internacional, representando uma arte genuinamente brasileira ao contemplar elementos, temáticas e narrativas populares que constituem a identidade nacional forjada inicialmente pelo movimento modernista.